
Resolvi criar esse
post pra responder a pergunta do meu amigo Paulo no anterior, porque quero dar uma resposta completa, segue o texto
quilometrico rsrs:
Dizem porai que o amor e ódio caminham juntos.
A algum tempo atrás eu concordava com isso,
atualmente discordo.
Pra mim existem dois tipos de amor: o amor narcisista e o amor pleno.
Eles tomam
direções opostas: enquanto o "amor narcisista" é um sentimento puramente egoísta e egocêntrico (a satisfação do ego pelo amor, carinho e desejo de outrem),
o "amor pleno" traduz-se em amor completo, verdadeiro e, afortunadamente, recíproco (mas essa
circunstância apenas para os realmente afortunados).
O exemplo mais claro que tenho de um amor verdadeiro é o amor de mãe, maior que a sua própria auto-consideração.
Isto é, pelo menos quando ele é verdadeiro e instintivo, onde a mãe é capaz de tudo- inclusive tomar as medidas mais duras, para proteger seu filho).
Já o amor narcisista existe, e
paradoxicalmente torna-se uma "verdadeira" ilusão do amor pleno, para satisfazer a carência
afetiva do "EU".
Este tipo de amor sim, caminha junto ao ódio.
Pois qualquer falha, lapso, desprezo, traição, insegurança e todos estes outros sentimentos que envolvem o espelho racional/emocional,
possibilita a metamorfose do amor ao ódio.
Devido a essa linha de pensamento, acredito que hoje em dia muitas pessoas confundem, e se confundem por livre e espontâneo alívio, o tão potente
fenômeno chamado "amor".
Cada vez mais, desenvolvemos hábitos de uma sociedade egoísta e egocêntrica.
Onde a imagem é imponente, o
estatus é interessante, e o relacionamento acaba tornando-se uma sociedade de interesses comuns... e de uma maneira ou outra, sempre foi assim ao longo da nossa história sociológica.
No entanto, a minha intenção é relevar que essa diferença existe, e que devemos estar conscientes daquilo que buscamos em um relacionamento: alguém que supra as nossas carências imediatas, ou um companheiro que junto com você, equilibre as tuas necessidades, mas que você também saiba estar feliz, mesmo quando essa felicidade não envolva a tua plena satisfação, para que ele possa estar satisfeito.
Quem cede? Qual o limite do eu-meu, do tu-teu , do nós e do nosso?
É esse o limite, o qual estabelece a
tênue linha entre o amor e o ódio.