
Meu peito doi em carne viva.
O que poderia ser mais doido do que alguém em quem confiaste te ferir?
Ferir com atitudes e palavras que entram pelo ouvido, penetram no cérebro, na alma, vão consumindo ossos, músculos, nervos, carne e pele, como um ácido que corrói a alegria e simpatia.
Me imagino um pássaro que pousou em sua janela,
cantou puro e foi alvejado e morto.
Me imagino uma borboleta que pousou em sua mão,
bela e confiante, e por elas foi esmagada.
Por onde andava teu coração nesta hora?
Se sentiu seguro para machucar,
atingir a auto-estima e a felicidade?
Por que achou que seria bálsamo pra as feridas
existentes em seu vituperado interior?
Conhece a mágoa mas não a sensibilidade.
E depois tenta convencer que nada fizeste...
A única coisa que te peço é que deixe o pássaro ir,
Deixe a borboleta voar.
Deixe Deus entrar,
Pra você sair dessa carapaça desumana..