quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A alegria na tristeza


Podemos nos entristecer por vários motivos ou por nenhum motivo aparente,
a tristeza pode vim de uma palavra ou de um gesto,
mas ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la,
porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é animador.
Olhe para o lado: estamos vivendo num mundo em que pessoas matam por nada, difamam umas as outras, não querem o bem do próximo.
A vida é uma correria, somos escravos do relógio, não conseguimos mais ficar deitados numa rede, lendo um livro, ouvindo música.
Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que esse sentimento seja uma tristeza.

Uma pessoa triste é evitada.
Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais.
Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido.
Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nós mesmos.
E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada.
Triste é não sentir nada.