Eu sei, essa idéia lacerante me atormenta, e me faz correr,e me faz olhar, tristonha o céu radiante e alheio ao meu sofrer.Ele matou aquela a quem amava,- por causa disso vai morrer.No entanto (ouvi) cada um mata o que adora:o seu amor, o seu ideal.
Alguns com uma palavra de lisonja,outros com um duro olhar brutal.
O covarde assassina dando um beijo,o bravo, mata com um punhal.
Uns matam o Amor, (quando o amor finda, ou o amor começa), alguns com a mão da Carne — a mão possessa!
E os mais bondosos, esses apunhalam,porque assim a morte vem mais depressa.Há corações vendidos, e há comprados,uns amam, pouco, outros demais;
há quem mate a chorar, vertendo lágrimas,ou a sorrir, sem dor, sem ais.
Todo homem mata o Amor; porém, nem sempre as sortes são iguais.
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