terça-feira, 16 de setembro de 2008


Tudo o que todos querem é amar.

Encontrar alguém que faça bater forte o
coração e justifique loucuras.
Que nos faça entrar em transe, cair de quatro,
babar ...

Que nos faça revirar os olhos, rir à toa,
cantarolar dentro de um ônibus lotado.
Tem algum médico aí??
Depois que acaba esta paixão retumbante,
sobra o que? O amor.

O amor entre marido e mulher,
por não haver nenhuma garantia de
durabilidade, qualquer alteração no tom de voz
nos fragiliza, e de cobrança em cobrança
poderá sepultar uma relação que poderia
ser eterna.

Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo
teto, tem que haver muito mais do que amor.

É preciso que haja, antes de mais nada, respeito.
Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos
alheios, paciência.

Amor, só, não basta.

Não pode haver competição. Nem comparações.
Tem que ter jogo de cintura para acatar regras
que não foram previamente combinadas.

Tem que haver bom humor para enfrentar
imprevistos, acessos de carência, infantilidades.

Tem que saber levar.
Amar, só, é pouco.
Tem que haver inteligência.

Um cérebro programado para enfrentar
tensões pré-menstruais, rejeições, demissões
inesperadas, contas pra pagar.

Tem que ter disciplina para educar filhos, dar
exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra.

Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem visando a longevidade
do matrimônio tem que haver um pouco de
silêncio, amigos de infância, vida própria, um
tempo pra cada um. Tem que haver confiança.
Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu,
fazer de conta que não escutou. É preciso entender
que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar, "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que o amor
é só poesia, tem que haver discernimento, pé no
chão, racionalidade. Tem que saber que o amor
pode ser bom, pode durar para sempre, mas que
sozinho não dá conta do recado. O amor é grande
mas não é dois.

É preciso convocar uma turma de sentimentos
para amparar esse amor que carrega o ônus da
onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele
próprio não se basta.

Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

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