terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Desfiladeiro


Estou atravessando o desfiladeiro que surgiu na rocha fria da minha alma.
Andando sem rumo, procurando uma luz, uma palavra.
Apenas desabafo na minha mente o q me atormenta .
Meus dias cinzentos e chuvosos permanecem.
Desejo passar as portas para campo aberto, para um campo onde tenha horizonte para orientar de novo o meu olhar.
Procuro um horizonte onde possa ver a luz do sol ao amanhecer, do crepúsculo ao anoitecer.
Caminho penosamente carregando em mim os farrapos dos meus dias.
Grito no meu silêncio.
Procuro um sinal.
Desespero na calma que se instalou, desespero nas respostas que não vêm.
Quero agora apenas deixar sair este veneno que me consome, deixar estas palavras materializarem a tristeza que sinto.
Quero apenas poder me libertar dos grilhões que novamente apertam os meus pulsos.
Uma libertação aqui, no branco da folha, que aos poucos fica maculado com as minhas lágrimas já secas de sal. Já não tenho mais lágrimas para verter por mim.
Apenas continuo a caminhar no desfiladeiro de paredes altas onde mal vejo o céu, onde mal vejo o horizonte.
Talvez mais à frente, talvez , encontre o campo aberto.

Um comentário:

UIFPW08 disse...

Quero agora apenas deixar sair este veneno que me consome, deixar estas palavras materializarem a tristeza que sinto.

linda
Morris