terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Solidão e isolamento


Todos nos nos isolamos por algum motivo,
isso não significa que estamos sós.
Não há dúvida de que devemos criar momentos de isolamento,
pois eles são um sinal da nossa mais profunda identidade.
É bom ficarmos sozinhos de vez em quando para refletir em silêncio, para descobrir quem somos. Esse isolamento, no entanto, é apenas uma pausa para olharmos ao nosso redor, em busca do amor.

O isolamento não é solidão, mas um momento para estarmos conosco, em paz e harmonia.
É uma busca interior, um movimento voluntário, uma virtude a ser desenvolvida que nos ajudará a encontrar melhor os olhos e o coração dos outros.

O isolamento contraria a essência do ser humano, que é amar e ser amado.
A solidão é quando nos trancamos para o amor.
É a incapacidade de se comunicar, de estar com alguém.
Muitas pessoas, num ato de vaidade, podem até demonstrar orgulho por não depender de ninguém.
Mas, depois de algum tempo, vão se tornando amarguradas e desesperadas.

O ser humano, mesmo se isolando, mesmo sabotando todas as formas de amor, continua, no seu íntimo, querendo amar.

Existe um experimento em psicologia comportamental que exemplifica bem como o ser humano se limita ao amor, desculpa, lá vou eu falar dessas coisinhas chatas, mas eu gosto rsrs.

Um cientista coloca um ratinho numa gaiola.
No início, ele ficará passeando de um lado para o outro, movido pela curiosidade.
Quando sentir fome, irá em direção ao alimento.
Ao tocar no prato, no qual o pesquisador instalou um circuito elétrico, o ratinho levará um choque muito forte que, se não desistir de toca-lo, poderá até morrer.

Depois do choque, o ratinho correrá na direção oposta ao prato.
Se pudéssemos perguntar-lhe se tem fome, certamente responderia que não, porque a dor provocada pelo choque faz com que despreze o alimento.
Depois de algum tempo, porém, o ratinho entrará em contato com a dupla possibilidade da morte: a morte pelo choque ou pela fome.

Quando a fome se tornar insuportável, o ratinho vagarosamente, irá de novo em direção ao prato.
Nesse meio tempo, no entanto, o pesquisador desligou o circuito.
O prato não está mais eletrificado.
Porém, ao chegar quase a tocá-lo, o ratinho terá a sensação de que levou um segundo choque.

Haverá taquicardia, seus pêlos se eriçarão e ele correrá em direção oposta ao prato. Se lhe perguntássemos o que aconteceu, a resposta seria: "Levei outro choque".
Esqueceram de avisá-lo que a energia elétrica estava desligada!

A partir desse momento, o ratinho vai entrando numa tensão muito grande e seu objetivo agora é encontrar uma posição intermediária entre o ponto da fome e o do alimento que lhe dê uma certa tranquilidade.

Chama-se a isso de ponto de equilíbrio, porque representa uma posição entre fazer alguma coisa para se alimentar e ao mesmo tempo evitar um novo choque.

Qualquer estímulo que ocorrer por perto, como barulho, luminosidade ou algo que mude o ambiente, levará o ratinho a uma reação de fuga em direção ao lado oposto do prato.
É importante observar que ele nunca corre em direção a comida, que é do que ele realmente precisa para sobreviver.

Se o pesquisador empurrar o rato em direção ao prato, ele poderá morrer em consequência de uma parada cardíaca, motivada pelo excesso de adrenalina, pelo medo de que o choque se repita.

Eu me sinto como esse ratinho, e quantas pessoas também não se sentem assim,
Tomei um choque e agora tenho medo de toma-lo novamente,
e mesmo estando com "fome" mantenho distância do prato,
O pior é que continuo tomando choque sem ao mesmo tocar nele.

2 comentários:

Unknown disse...

Cris, querida...

Que alegria encontrar esse blog! Bem, como dizer-te? Obrigada!
Encontro-me perdida, e até mesmo trancada! Mas gostei de sua reflexão sobre o isolamento.
Lembre-se que o Ratinho do Skinner voltou... mesmo com medo.
Bem, querida, que blog maravilhoso!

Hoje, não posso dizer que sou como o ratinho, mas posso afirmar que sequer tenho tido choques!

Um beijo no seu coração!

Paz e Bem!

Ronilson disse...

A dor do membro fantasma ...