domingo, 7 de dezembro de 2008

A dor


Ela é insuportável e algumas vezes incontrolável, nem mesmo a medicina resolve,nem nunca irá resolver segundo o seu interesse perante o assunto. Estou falando da dor de alma, da dor emocional. Aquela que sentimos devido à adrenalina que circula tão velozmente pelo sangue que magoa todos os nervos e provoca uma breve mas rija angústia.

Ela vem e fica e vai embora para pousar noutra alma, é impossível tentarmos nos livrar dela.
Se ela vem, fica, não no seu total, mas uma pequena parte nunca nos abandona.
A solução, não existe, é insolúvel num mar de tantas tristezas que a vida trás cada dia que passa. Deixa rasto que não é despercebido e muito menos suave, marca com um traço no rosto que se vai carregando com o passar do tempo.
Livrar-se da dor é um atraso a uma realidade. Ela vai voltar e não vai ter medo da forma como aparece, por isso se diz que é com a própria cura que se perde contra a doença.
Andamos por um caminho que com certeza sabemos que terá que ser percorrido, é como a morte, é certa!
Argumentos não posso dar e muito menos soluções, mas como já sei que ela está em mim, nem quero pensar,quero apenas sentir o que ela me der, chorar se for preciso para me sentir mais leve, mas não fugir e muito menos omiti-la de mim mesma. Sofrer as suas consequências e não fazer nada em contrário ao que a provocou.
Estes são os primeiros dias que penso assim, não sei como será, mas não penso mais em como resolver e evitar as coisas, para mim acabou, quero flutuar na vida e não rastejar sobre todas as preocupações. Preferia ser e estar sozinha a ter que repensar o que nunca foi pensado.
Comparativamente ao dia de ontem isto seria impossível, não conseguiria viver sem pensar e mudar alguma coisa, mas agora quero ser diferente.
Quero esquecer de todas musicas, lugares e objetos que me fazem lembrar dele.
Uma memoria, uma recordação dolorosa, não tenho medo.
É passado e é como se não me pertencesse, eu não quero saber…
Olhar um espelho e ver o meu reflexo e não questionar quem é, não importa o que veste nem o que transmite com o olhar. Só sei que é familiar mas não me importará.
Enrolar-me num cachecol que a tempos era o meu preferido (agora não me diz nada) é um simples objeto que sem mim terá mais vida, que ao longe será menos meu, mas mais bonito.
Admirar meu relógio e não ligar ao fato de ser as horas que são, os números não me vão dizer nada, porque simplesmente eu não quero e pouca importância me faz. Não terei obrigações e farei conforme a disponibilidade o desejar.
A cadeira diz para não me sentar. O chão é demasiado novo e a parede a que me encosto perde a cor e fica negra. Eu não me importo.
Não aceito e muito menos compreendo.
Não quero saber, apenas continuar aqui, exatamente onde estou.

Um comentário:

Periféricos Atalhos disse...

Estou contigo en cada letra.